Mesmo com as competições nacionais e internacionais adiadas para o próximo ano devido a pandemia de COVID-19, o time de futebol em cadeiras de rodas (power soccer) do Fortaleza não para de treinar, se conectar e de ter foco. David Xavier, treinador da modalidade e da Seleção Brasileira, conta um pouco de como está sendo o contato com os atletas na quarentena, que têm um diagnóstico raro e precisa de todo o cuidado com atenção técnica e médica.
Além disso, o professor fala de como recebeu a notícia do adiamento dos campeonatos, de como está sendo a preparação na Seleção Brasileira e os objetivos para serem conquistados pós-pandemia. Confira a entrevista com David Xavier:
Adiamento das competições nacionais e internacionais para 2021
"A notícia do adiamento das competições para 2021 realmente não nos deixa feliz porque pesa no planejamento. Por outro lado, foi assertiva a decisão porque trabalhamos com pessoas com diagnósticos raros. Então, esse cuidado que a população está tendo agora já é feita com eles no dia a dia. O cuidado maior em questão do sol, mudança de temperatura e de alguns locais, agora estão sendo redobrados. A gente fica triste de um lado, mas por outro foi uma boa decisão para os atletas cuidarem da saúde e ficarem bem para próximo ano voltarem a competir".
Jogos Paradesportivos Municipais e Estaduais
"Tantos os Jogos Paradesportivos do Ceará quanto de Fortaleza vão seguir as recomendações das organizações de saúde e tem que avaliar algumas modalidades, como o próprio power soccer. Mesmo que tenha os jogos, a gente vai ver uma maneira, se realmente existir, de como será essa participação e até mesmo em não participar devido ao diagnóstico raro dos atletas. Temos que prezar pela saúde deles, pelo bem estar. Acho que é uma competição de suma importância para a modalidade e para o atleta, que ele possa treinar sempre motivado, mas nesse momento o mais importante é estar com saúde e tranquilo”.
Cognição: função psicológica para os atletas
"Com a ausência dos treinos presenciais, tivemos que nos adaptar a algumas coisas, e no power soccer trabalhamos muito a parte de cognição. Então, isto sendo muito importante para o movimento dos atletas, buscamos um software, o Cognifit. O aplicativo trabalha os exercícios cognitivos de rápida decisão, é muito interessante para o dia a dia do atleta do power soccer. Procuramos algo parecido com o nosso tempo de reação nas decisões no campeonato, nas jogadas e nos treinos”.
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Videochamadas
"Não é só os atletas que ficam felizes, mas nós também de poder acompanhá-los. É uma forma de estarmos juntos, mesmo que seja por videochamadas. É muito interessante, bacana ouvir os relatos dos treinos, as atividades que estão sendo passadas, receber esse feedback. A gente também fala sobre outros assuntos. Sempre nas nossas videochamadas estamos com o Geraldo, que é o fisioterapeuta, então ele está ali com a gente com um pouco, perguntando sobre a saúde, não só dos atletas, mas também da família. Temos sempre essa troca e é muito importante para os atletas até se manterem ativos, sair um pouco da ansiedade. Tem sido bacana”.
Seleção Brasileira
“Não está tendo nenhum treinamento com a Seleção. Os atletas estão treinando pelo clube. Na Seleção, temos um grupo que trocamos algumas ideias e conversas, mas não estamos fazendo treinamentos, até porque como é o ápice, a gente imagina que todo mundo chega lá pronto, então estamos deixando mais relaxado para os clubes fazerem esse trabalho. E quando chegar lá, a gente direcionar da melhor forma possível dentro de quadra".
Objetivos pós-pandemia
"Quando retornarem as competições, possamos estar representando tanto o Fortaleza, quanto o nosso Estado e o nosso país na Libertadores. Possamos fazer um campeonato bom, desenvolver o que a gente treina e quem sabe trazer o título, que esse sempre é o nosso objetivo. E assim, consequentemente, no Campeonato Brasileiro, que é o que garante vaga para Libertadores do ano seguinte. Basicamente, essas são as competições que têm do power soccer, a nível de buscar títulos e vagas. Tanto nos Jogos Paradesportivos de Fortaleza quanto do Ceará, faremos apresentações. A gente pensa também em fazer intercâmbio, trazer alguma equipe para cá ou ir para algum local para que a gente possa estar desenvolvendo cada vez a modalidade e aumentando esse repertório dos atletas".
Foto: Renan Bittencourt