Neste período de quarentena devido à pandemia de COVID-19, a dinâmica de treinamento do atleta cadeirante para o sem deficiência é bem diferente. O paratleta, por ter limitações físico-motoras, não pode fazer muitos exercícios que use membros inferiores e superiores. No time de power soccer do Fortaleza, o que o faz treinar é a cadeira de jogo, que pesa em média de 90 kg e fica guardada no local de treinamento. No do basquete em cadeira de rodas, a mesma situação, mas também conta com jogadores amputados que podem fazer exercícios livres.
Por terem diagnósticos raros e a necessidade de uma atenção redobrada, as orientações que os desportistas do power soccer receberam é de ficar em casa e assistir aos vídeos de partidas.
“Com as orientações de prevenção é percebido uma diminuição grotesca de carga de treino independente se são paratletas ou não. Porém, no caso específico que necessitamos das cadeiras temos que buscar soluções de modo que possam treinar outras potencialidades, como cognitivas e de compreensão do jogo”, explicou David Xavier, treinador da equipe e da Seleção Brasileira da modalidade.
Com o acompanhamento diário por meio do grupo do Whatsapp, os atletas também receberam a instrução de assistir aos duelos e levar desafios e novidades quando as atividades voltarem ao normal. Saymon Calista, ala/pivô de 22 anos, tem aprendido bastante com os VTs. “Estou assistindo ao jogos do Americans Cup e do Champions Cup, aprendendo como me comportar em quadra, a desmarcar do marcador e algumas jogadas ensaiadas”, disse. Ainda conta que está sentindo muitas saudades dos treinos e aderiu aos estudos e aos filmes como passatempo nesse período de paralisação.
Em relação ao basquete em cadeira de rodas, as orientações foram passadas de acordo com a necessidade de cada atleta. Na modalidade, há jogadores cadeirantes e amputados. “A cadeira de jogo tem cambagem (rodas mais abertas) que facilita o movimento, como os giros e estabilidade. Então, tento pedir pra fazer exercícios estáticos na própria cadeira de passeio com pesos livres e bolas de dente de leite cheia de água, tornando-se uma medicinibol. E para os atletas amputados, exercícios livres”, explicou o técnico da modalidade Lidio Andrade.
Lindemberg de Almeida, ala do time do Leão, tem se exercitado e se preparando com quatro horas de treino diárias. “Está sendo muito difícil, pois tenho um rotina semanal de treinos, mas em casa estou mantendo as horas. Em relação à cadeira, bate a saudade, mas a saúde vem em primeiro lugar sempre. Tô mantendo os treinamentos com a cadeira de passeio mesmo. Há uma diferença, mas com calma e tranquilidade dá pra fazer as atividades”, falou o jogador, que tem como passatempo assistir aos vídeos de jogos de basquete.
Fotos: Divulgação/Fortaleza EC