Destaque do Fortaleza na Copinha, o meia venezuelano Kervin Andrade vem chamando a atenção da Nação Tricolor. Recém promovido à equipe profissional, o jovem atleta estreou no Campeonato Cearense marcando gol com o plantel principal. Carismático, Tuti, como gosta de ser chamado, conversou com o site oficial do Clube sobre sua chegada ao Leão do Pici, sua promoção ao futebol profissional e a emoção ao receber a notícia dada pelo técnico Léo Porto.
CHEGADA AO FORTALEZA
Natural de Puerto Ordaz, na Venezuela, Kervin chamou atenção do CIFEC (Centro de Inteligência do Fortaleza Esporte Clube) pelo seu desempenho defendendo a seleção venezuelana de base e a equipe profissional do Deportivo La Guaira. Presente na lista dos 20 meias-atacantes mais promissores do planeta de acordo com o International Centre for Sports Studies (CIES), observatório de futebol, o meia ganhou mais destaque ao ser considerado o melhor jogador de seu país no Torneio de Toulon, competição que reuniu jogadores entre 17 e 23 anos, em 2023.
Desde julho daquele ano no Leão do Pici, Kervin estreou profissionalmente pelo Tricolor de Aço em seu primeiro jogo, diante da equipe do Iguatu, pela Taça Fares Lopes. O meia falou em exclusividade sobre seu período de adaptação e o quão importante foi o ambiente encontrado por ele no CT Ribamar Bezerra para sua rápida evolução.
— No começo a adaptação foi um pouco difícil pois estava vindo de outro país, com outra intensidade, outra maneira de jogar futebol, tudo isso somado ao fato de se falar outro idioma, mas o dia-a-dia com meus companheiros e a comissão técnica me ajudaram a ter confiança e poder desenvolver meu estilo de jogo, sou muito grato ao Clube por me abrir as portas.
TUTI ANDRANDE
Kervin Mario Andrade Navarro como seu nome de registro, o apelido de ‘Tuti’ o acompanha durante toda sua carreira no futebol. Nomeado pelo seu tio Cheo, o meia fala com bastante humor sobre o nascimento deste apelido, o qual adota com bastante carinho.
— Quando eu era criança, meu tio Cheo me chamava de Chucky - em referência ao filme de terror - porque eu era muito agitado, fazia muita bagunça. Quando nos juntamos com a família, ele costumava dizer “como te chamamos?” e eu respondia “Tuti” (risos). Foi um apelido que ficou dentro da família e que fez com que começassem a me chamar assim, então quando minha mãe ia me buscar nos treinamentos ela sempre me chamava por ‘Tuti’, então com o passar do tempo meus companheiros e comissão técnica também adotaram e assim ficou.
PROMOÇÃO AO PROFISSIONAL
Focado em fazer uma boa Copa São Paulo para chamar a atenção da comissão do profissional e poder passar a integrar o plantel principal, Kervin conta como foi o momento em que soube que tinha sido convocado para se apresentar no Pici, mesmo após a eliminação para o CRB na competição.
— Eu estava saindo do hotel em Jaú quando o professor Léo Porto me chamou para conversar, ele chegou e falou: 'Kervin, você vai se apresentar com a equipe profissional na quinta-feira'. Quando ele me disse isso, eu não soube como reagir e, ao entrar no ônibus, eu comecei a chorar de alegria. Foi uma notícia incrível para mim e para minha família, porque era o meu primeiro objetivo desde o inicio, poder vivenciar o dia a dia e os treinamentos com eles.
Dentro do ônibus à caminho do Aeroporto de Guarulhos, o sinal de celular e internet eram empecilhos que impediam o meia de se comunicar com sua família, que na Venezuela não faziam ideia do que acabara de acontecer.
— Após chorar de alegria resolvi ligar para a minha mãe, contei que a comissão havia me chamado para se apresentar com o profissional e ela demorou para acreditar, em seguida ela passou a me parabenizar pelo meu esforço e trabalho, com muita felicidade. Não consegui contato com meu pai porque ele estava no trabalho e eu não tinha sinal para ligar. Contei ao meu irmão que também comemorou bastante e que tudo estava acontecendo com a graça de Deus e a disciplina que coloquei nos meus treinos - emocionado, Kervin complementou.
Depois do contato com a família, o meia falou que teve um momento de reflexão, onde todo o caminho percorrido até então estava sendo recompensado. Ir para outro país, longe da família, em busca de um sonho que estava começando a se concretizar.
— Deixei meu celular e comecei a pensar em todas as coisas que fiz e no quanto trabalhei, o tanto que orei pedindo a Deus para poder entrar no time profissional. Daquele momento em diante eu só esperei chegar em casa para agradecer a Deus por isto, por ter ao meu lado uma família que sempre me apoiou em todas as circunstâncias.
Kervin segue em preparação junto ao restante do elenco visando a partida diante do Barbalha, pela segunda rodada do Campeonato Cearense.