"Eu tinha 12 anos quando eu descobri o hóquei, meu irmão fazia e meus vizinhos também. Neste tempo, eu era de um pequeno projeto, mas não tinha muita vontade de fazer. Daí foi quando eu comecei a ver os treinos e os jogos e comecei a me interessar”, conta Antônio Anderson, o avançado da equipe de hóquei sobre patins tradicional e profissional do Fortaleza, de como começou sua história no esporte. Hoje, o atleta tem 29 anos, sendo 16 de carreira, onde não só conquistou muitos títulos, mas salvou amigos das drogas e do alcoolismo, além de guardar a lembrança da mãe quando o viu jogar pela primeira vez.
Anderson estreou como atleta no Ferroviário, mas em um momento deixou de jogar por dois meses por baixas condições, e foi quando Beto Vieira, treinador do hóquei tricolor, o chamou para fazer parte do Fortaleza. “Foi uma proposta sensacional. Ele chegou e disse que eu jogava bem e que eu tinha qualidade. Então, com meus 15 anos eu entrei no tricolor”.
Por mais que tenha conquistado 15 estaduais e hoje sendo técnico do sub-15, um dos momentos mais marcantes no hóquei para o avançado foi quando a mãe o viu jogar pela primeira vez. “Foi uma satisfação muito grande. Ela não sabia como era direito o esporte, e me viu jogando, foi uma alegria muito grande pra mim. Nunca esqueço disso. Ela ficou um pouco com medo, porque ela achou um pouco perigoso, por causa dos tacos, que a bola machuca, as quedas de patins, mas esse foi um dos meus melhores momentos". Além da lembrança familiar, o pedido de casamento feito para a atual noiva em uma confraternização do time também está marcado em sua memória.
Desde então, o hóquei para Anderson se tornou mais que um esporte. É uma mudança de vida tanto para ele quanto para os amigos, principalmente os que estavam viciados em drogas e bebidas, e os que tinham problemas sociais. "Se resume a tudo. É onde eu consigo parar de pensar nos meus problemas, nos meus estresses. É onde eu me sinto muito bem, à vontade, que eu esqueço de tudo. Eu consegui trazer meus amigos para jogar comigo. Eles estavam perdidos na vida com drogas, vícios e bebidas. Consegui trazê-los para serem atletas e outros conseguir para serem meus alunos, que são jovens que passam momentos difíceis com os pais, na escola e na rua".
Créditos: Arquivo pessoal