O Fortaleza Esporte Clube fechou mais uma parceria e agora tem um time de futebol de cadeira de rodas, o Fortaleza Power Soccer. Com isso, o Tricolor entra para história da modalidade como o primeiro Clube de Futebol profissional a apoiar uma equipe de Futebol em Cadeira de Rodas (Power Soccer) no Brasil.
O time, comandado pelo técnico David Xavier, disputou o Campeonato Brasileiro em 2014, 2016, 2017 e 2018. Em 2019, na oitava edição da competição, o Noho, que agora se chama Fortaleza Power Soccer conquistou o segundo lugar do pódio.
“Desde agosto vínhamos conversando com a equipe e firmamos a parceria em novembro. Esse apoio é importante porque com a visibilidade que um clube como o Fortaleza tem, pode transferir essa visibilidade para a modalidade que tem suas dificuldades, mas está crescendo no Brasil e como tem um time dentro do estado que é competitivo e organizado, ficamos felizes em tê-los como parceiro do clube”, explicou o presidente Marcelo Paz.
Power Soccer
O Power Soccer (Futebol em Cadeira de Rodas) surgiu na França, em 1978, com o objetivo de reabilitar jovens com deficiências severas. Um ano depois, o Canadá deu continuidade ao seguimento, desenvolvimento cadeiras motorizadas para a modalidade e fazendo com que o nome do esporte fosse reconhecido.
Por mais de 20 anos, o Power Soccer foi aperfeiçoado até tornar-se oficialmente esporte. Foi em 2006, também na França, que foi criado a FIPFA (Federação Internacional de Futebol em Cadeira de Rodas), unificando as regras do jogo. No ano seguinte, o esporte já tinha até sua primeira Copa do Mundo, que aconteceu em Tóquio, no Japão.
Na América do Sul, o Brasil foi pioneiro desse esporte, em 2011. O esporte chegou ao Ceará em meados de 2014, quando o atleta Tiago Pinto retornou de um intercâmbio nos Estados Unidos, aprendeu sobre o esporte e arrecadou fundos para montar o primeiro e único time de futebol em cadeira de rodas do Nordeste, o Noho Power Soccer.
Campeonato Brasileiro
O Campeonato Brasileiro de Futebol em Cadeira de Rodas é uma disputa organizada pela Associação Brasileira de Futebol em Cadeira de Rodas (ABFC) e segue as regras da Federação Internacional de Futebol em Cadeira de Rodas (FIPFA). Para participar da competição, os times precisam se credenciar e os atletas precisam estar aptos para a modalidade.
O Power Soccer é o único esporte que promove a inclusão de pessoas com deficiências mais severas. Os atletas devem ter diagnósticos como paralisia cerebral, miopatias, amputações, lesões medulares, entre outros que os façam manipular cadeiras motorizadas para a prática do jogo.
Os atletas são divididos em duas categorias: PF1 (maior comprometimento motor) e PF2 (comprometimento moderado). Cada equipe deve ter, no mínimo, dois atletas PF1 por partida. Os times podem ser mistos, ou seja, homens e mulheres podem jogar juntos. Idade também não é um problema, não há um limite para isso. As cadeiras de power soccer são motorizadas e chegam a 10Km/h. A bola do jogo também é diferenciada, medindo 32,5cm de diâmetro.
As equipes são montadas com oito jogadores, 4 em quadra, 1 goleiro e 3 na linha. O jogo acontece em dois tempos de 20 minutos cada, com intervalo de 10 minutos.
Fotos: Renan Bittencourt