O Departamento de Performance Humana das Categorias de Base do Fortaleza vem evoluindo para dar as melhores condições para o alto rendimento dos atletas. Com a ferramenta biofeedback, desenvolvida pela cardioEmotion, a psicóloga do Departamento de Formação, Liana Benício, começou a trabalhar diretamente com o equilíbrio emocional e fisiológico dos jogadores para terem bom desempenho dentro e fora de campo.
O biofeedback é um software que faz uma leitura do seu corpo (Bio = corpo; feedback = retorno). Trabalha com o sistema nervoso autônomo, que acelera ou desacelera o ser humano. O objetivo da ferramenta é ajudar a reduzir o estresse, a ansiedade, a depressão, a insônia e outros aspectos acelerados do indivíduo. São fatores que atrapalham o atleta para o alcance do alto rendimento.
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Ferramenta integrada
Além da psicologia, o biofeedback é preciso estar integrado com outras áreas, como nutrição, medicina, fisiologia e preparação física. Assim, busca o equilíbrio por completo.
— Entendemos que o rendimento do atleta é um trabalho global. Não é só campo, técnico ou tático. O atleta precisa cuidar do corpo dele. Para isso, precisa estar em equilíbrio de forma fisiológica e aspectos nutricionais. Esse equipamento trabalha com a psicofisiologia. As consequências são múltiplas. Primeiro, o atleta tem mais uma conscientização corporal, do estado que se encontra. Se está muito ansioso, vai perder muita energia no jogo, o foco e a concentração. Então, o biofeedback ajuda a ter essa consciência e a controlar esse equilíbrio do corpo, isso é interessante, que é o que chamamos de nível de ativação. O atleta não pode estar nem muito ativado e nem pouco ativado. Se ele entrar em nível de ativação em equilíbrio ideal, vai ter mais resistência física, pulmonar, mais concentração e melhora o tempo de reação porque esse trabalho ajuda na perfusão sanguínea, que é a oxigenação do corpo, mais especificamente no cérebro, que melhoram as tomadas de decisão em campo. É uma consequência em diversos níveis psicológicos e fisiológicos. - explicou a psicóloga.
Em relação à nutrião, o atleta precisa se alimentar bem e está bem hidratado, mas também precisa aprender a usufruir. Um atleta que faz isso, mas não sabe controlar a ansiedade, pode sentir cãibra ou tensionar a musculatura e se lesionar. Então, impacta na biologia total.
— Quando fazemos um trabalho em conjunto, principalmente com a nutrição, conseguimos ter um salto no rendimento, porque ele aprende a usufruir melhor daquilo que está investindo no próprio corpo. - completa Liana.
O futuro do alto rendimento esportivo
O Fortaleza é um dos poucos clubes do Brasil que utiliza o biofeedback cardioEmotion em atletas. A psicóloga Liana conta que já foi jogadora e fala como se especializou na ferramenta, considerada o futuro do alto rendimento esportivo.
— Comecei com o biofeedback e depois passei para o neurofeedback. Eu, como fui atleta de voleibol, tive essa experiência com o corpo muito forte. Quando eu estava ansiosa, estava desfocada. Então, fui criando curiosidade. Assim, em um dos cursos que eu dei em psicologia no esporte, veio um treinador de biofeedback e neurofeedback para o meu curso e me apresentou isso. Era o Paulo Nascimento. Foi pioneiro e o cara é muito bom. Ele trabalha em esporte em alto rendimento há muito tempo e trabalha especificamente com neurofeedback e biofeedback. Ele me apresentou. Assim, fiz o curso e depois outros. - disse Liana.
Todas as idades
De adultos até crianças, a ferramenta aborda todas as idades, assim, todos os atletas do Sub-11 até o Sub-20 do Fortaleza podem buscar esse equilíbrio corporal.
— Na clínica, já trabalho com crianças. Já peguei de 11 anos e 13 anos. Faço com a minha filha, que tem sete anos. Então, assim desde pequenininho que precisamos aprender a se condicionar, atender se estamos muito acelerados, se a fala está muito acelerada e se coração está batendo rápido. Então, vamos ensinar a psicoeducação. Onde você reconhece o seu corpo. - destacou a profissional.
O atleta Fernando Rebelo, de 18 anos e zagueiro da categoria Sub-20, faz os procedimentos do biofeedback desde maio de 2021.
— É um trabalho muito bom que a Liana faz com a gente. Fora de campo, eu percebi que consegui ter menos ansiedade e viver uma vida mais saudável. E dentro de campo, percebi que consegui me auto regular mais. Tive uma lesão, e dentro desse tempo, eu fiz os trabalhos de biofeedback e foram muito bons para a minha recuperação. - conta o atleta.
Saiba mais
Liana Benício tem 32 anos, é psicóloga das Categorias de Base do Fortaleza, mas também já atuou na equipe principal. A profissional é especialista em Psicologia Desportiva e Neurociência.
Para saber mais sobre o assunto, a psicóloga vai ministrar uma palestra sobre o Biofeedback no Esporte em live, nesta quinta-feira (26), às 20h, pelo instagram @cardioemotion. Será junto com o Dr. Marco Fabio Coghi, fisioterapeuta e desenvolvedor do cardioEmotion.