Já são 12 anos morando no Brasil e mais de 20 dedicados a um esporte que não é tão popular em território brasileiro, mas é uma paixão entre os americanos. Benjamin J. Arnold nasceu em Chicago, onde começou a jogar, ainda criança. “Joguei Little League e depois no high school. Aqui no Brasil comecei a jogar novamente com meu filho quando ele demonstrou interesse na modalidade. Comecei apenas como jogador. Hoje em dia sou técnico e jogador também”, explica o responsável pelo Beisebol tricolor.
Com quase 10 anos de existência, o time Beisebol Fortaleza, que começou com a prática recreativa, fechou parceria com o Leão em setembro de 2019 e tenta fazer despontar a vocação para a modalidade no estado. Ano passado Beisebol Fortaleza foi vice-campeão da Liga do Nordeste.
Tradição em família
O filho Alexandre Magalhães Arnold acompanha o pai na paixão pelo beisebol desde muito cedo, a torcida pelo Chicago Cubs, um dos times mais antigos do beisebol americano, sendo uma das equipes originais da National League, é uma tradição familiar. “Apresentei a modalidade assistindo os jogos do nosso time Chicago Cubs pela TV e internet. No verão tem jogo quase todo dia e pode ter certeza que assisto sempre que puder mesmo estando aqui no Brasil. Meu pai é do mesmo jeito e o pai dele também. Beisebol na primavera e verão faz parte da cultura dos Estados Unidos”, ressalta Benjamin.
Alexandre também faz parte do Beisebol Fortaleza, que conta com 27 atletas, alguns com experiência em competições nacionais. O projeto é um desafio, mas é também uma oportunidade de conhecer culturas diferentes, segundo Benjamin. “Isso dificulta as coisas com relação aos recursos e infraestrutura (campo, equipamento, etc.). A gente treina uma ou duas vezes por semana, mas para jogar contra outros times ou a gente tem que viajar para outros estados ou eles têm que vir até aqui. Já que somos um time amador isto não acontece com tanta frequência. Outra coisa que acho bem interessante que jogar beisebol aqui me proporciona é conhecer as culturas diferentes de beisebol. Eu venho da cultura norte-americana de beisebol, mas aqui treino não só com atletas brasileiros, como também com gente da Ásia e outros lugares da América Latina onde beisebol é forte. O esporte é o mesmo, mas as filosofias às vezes são bem diferentes”, finaliza o técnico.
Planos para 2020
O cenário de pandemia mundial mudou os planos para a modalidade neste ano, que ainda não tem definições de novo calendário. “Ainda estamos definindo com os outros times do nordeste, mas acho difícil continuar com a Liga do Nordeste este ano. Os outros times da região enfrentam as mesmas dificuldades, e se já estava difícil a captação de recursos para viajar imagina agora. Gostaria de poder juntar algumas equipes durante um fim de semana quando tudo estiver normalizado e fazer um torneio pelo menos. Isto daria um objetivo para alcançar e um motivo a mais para treinar”, explica Benjamin.
Por enquanto, a equipe segue fazendo treinos de casa e pensando em algumas formas para atrair mais praticantes e torcedores. “Atualmente fazemos muitas coisas pelas mídias sociais. Já fizemos eventos em shoppings também para mostrar o esporte e outras coisas parecidas. O apoio do Fortaleza também tem ajudado bastante”, destaca o técnico.